Filhos: as maiores vitimas

Compatilhar 09/08/2016 por Maria Alice Azevedo Marques Envie seu artigo! Clique aqui!

Ninguém duvida, toda separação envolve ruptura de sentimentos, de sonhos, de ilusões, de patrimônio, e de interesses comuns.
Mas como somos todos humanos, não devemos cair na armadilha da dor através da qual somos atiçados a produzir no outro chantagem, dependência emocional e psíquica, agressões e manipulações de todo o gênero.

Dessas manipulações, talvez a mais terrível e sutil seja aquela cujo objeto vem a ser o filho do casal separando.
Imperceptivelmente homens e mulheres passam a usar a criança para atingir o adulto e não percebem que com isso literalmente explodem a estrutura do pequeno que pelo próprio sofrimento infantil, não consegue captar o momento vivido, para ele tão doloroso.

O mundo infantil não absorve a motivação do adulto pela qual seus pais estão se separando.
É como se tivesse uma dicotomia entre a discórdia, a briga, a separação de adultos e o dever dos pais de ficarem juntos pelo único fato desses adultos serem “os pais daquela criança”.

Situação muito ilustrativa é a criança quando comunicada da separação dos pais dizer coisas do tipo “eu entendi porque não podem ficar juntos, mas não quero que vocês morem em casas separadas porque vocês são meus pais”.
Mas o que fazer quando no mundo dos adultos continuarem com a vida em comum é impossível? Só há um jeito.

Tornar imprescindível não cair na armadilha de usar a criança em benefício próprio. Isso quer dizer: O pai honestamente dar à mãe condições de sustento do filho comum sem chantagear à mulher através de seu maior poderio econômico e a mãe não fazer chantagem através do filho para conseguir a pensão.

O pai ter o direito de ver a criança, educa-la e acompanhar sua educação sem que seja chantageado nas visitas para que conceda o dinheiro.
A mãe ter a maturidade de educar a criança e sustenta-la sem que faça disso uma chantagem e um trampolim para tirar dinheiro do homem

Enfim, o casal separando deve nessa hora tão difícil saber separar papeis de pais e de esposos em benefício da própria criança. E dar-lhe amor sem manipulação, sem chantagem, não ocultando o momento vivido, mas lhe explicando em palavras acessíveis ‘a sua idade, o acontecido e garantindo-lhe que casamentos não são para sempre, porém filhos o são, independente de tudo o mais.

Autora: Advocacia da Mulher



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