Parabéns a nós mulheres
A cada dia 8 de março comemora-se O Dia Internacional da Mulher e talvez o evento que deu início a essa comemoração tenha sido o longíncuo protesto de 129 tecelãs da fábrica de tecidos Cotton, de Nova Iorque, que decidiram paralisar seus trabalhos, reivindicando o direito à jornada de 10 horas.
Veio a Revolução Industrial, em 1789, e as reivindicações tomaram maior vulto com a exigência de melhores condições de trabalho, acesso à cultura e igualdade entre os sexos.
Isso porque as operárias desta época eram submetidas à um sistema desumano de trabalho, com jornadas de 12 horas diárias, espancamentos e ameaças sexuais.
Em 1910, durante a II Conferência Internacional de Mulheres, realizada na Dinamarca, foi proposto que o dia 8 de março fosse declarado Dia Internacional da Mulher em homenagem às operárias de Nova Iorque. A partir de então esta data começou a ser comemorada no mundo inteiro como homenagem as mulheres.
Mas o caminho das mulheres em busca de respeito à sua dignidade pessoal, social e profissional tem sido longo, às vezes árduo e não terminará nunca.
Em 1885 no Brasil a compositora e pianista Chiquinha Gonzaga estréia como maestrina, ao reger a opereta “A Corte na Roça”. Foi a primeira mulher no Brasil a estar à frente de uma orquestra. Precursora do chorinho, Chiquinha compôs mais de duas mil canções populares, entre elas, a primeira marcha carnavalesca do país: “Ô Abre Alas”. Escreveu ainda 77 peças teatrais.
Em 1927 o Governador do Rio Grande do Norte, Juvenal Lamartine, consegue uma alteração da lei eleitoral dando o direito de voto às mulheres. O primeiro voto feminino no Brasil – e na América Latina! – foi em 25 de novembro, no Rio Grande do Norte. Quinze mulheres votaram, mas seus votos foram anulados no ano seguinte. No entanto, foi eleita a primeira prefeita da História do Brasil: Alzira Soriano de Souza, no município de Lages – RN.
Em 1932 Getúlio Vargas promulga o novo Código Eleitoral, garantindo finalmente o direito de voto às mulheres brasileiras.
Hoje na atualidade a partir da Constituição de 1988 a igualdade entre as pessoas homens e mulheres, é direito da própria personalidade humana.
Vamos vendo leis trabalhistas igualitárias, Lei Maria da Penha sobre a violência doméstica específica para as mulheres, a lei que define o crime de assedio sexual, enfim, caminhamos. E temos sim, muitos tópicos a comemorar.
Vamos vendo cada vez mais o crescimento de mulheres empreendedoras e os dados confirmam que há em torno de 6,4 milhões de empreendedoras brasileiras, o que representa 46% do total de empreendedores brasileiros (GEM, 2003).
Uma das mais recentes conquistas e talvez a mais importante tenha sido a chmada Lei Maria da Penha que retrata a prevenção da violência contra a mulher no meio domestico, do lar, aonde o agressor quase sempre é o marido.
Nessa lei novos mecanismos de proteção à vítima mulher e de punição ao agressor homem, no recinto do lar ficaram mais evidenciados e previstas suas punições.
Mas para parabenizar mesmo, seria cumprimentar a mãe anônima, que cumula os afazeres de parideira e profissional, que ao mesmo tempo corre para dar conta da reunião de pais e aquela reunião da Multi Nacional a qual não dá para se ausentar, aquela que como mãe vigia, educa, acalenta, e como profissional é competente, ativa, dinâmica e empreendedora.
No contexto brasileiro, estudos de Jonathan (2001) e de Rocha-Coutinho (2003) sugerem que empreendedoras e executivas, respectivamente, atribuem igual importância à realização profissional, à maternidade, ao relacionamento afetivo estável com um par, bem como ao tempo dedicado a si mesmas.
Elas parecem abandonar a idéia de que o sucesso em uma dimensão da vida signifique, necessariamente, fracasso nas demais.
De acordo com Jonathan (2001), alcançar um equilíbrio entre as necessidades vinculadas aos espaços profissional, familiar e pessoal é o que mais desejam as empreendedoras brasileiras.
Sim, parabéns a todas nós que cumulamos funções, não 2 ou 3 mas somos multi facetadas em mil papéis, exatamente como o camaleão.
Autora Maria Alice Azevedo Marques