VINDO DE MIGALHAS
Caderneta de poupança
Corajosa, Dilma mata no peito e mexe na poupança. No DOU de hoje, a MP 567/12 com as novas regras.
Governo altera regras para depósitos da Caderneta de Poupança
- 4/5/2012
Entra em vigor hoje a medida provisória que altera as regras da poupança. A MP 567/12, publicada no DOU, fixa o rendimento da caderneta em 70% da Selic mais a variação da TR – Taxa referencial quando a taxa básica de juros for igual ou menor que 8,5% ao ano. Caso a taxa seja maior que 8,5%, o rendimento continuará em 0,5% ao mês mais a variação da TR. A mudança só vale para os depósitos realizados a partir desta sexta-feira. A isenção de IR e liquidez imediata não sofreram alterações.
A mudança não inclui o saldo das poupanças antigas, mas apenas as que forem abertas agora ou novos depósitos nas contas já existentes. De acordo com o texto, “ficam as instituições financeiras obrigadas a segregar, do saldo dos depósitos de poupança efetuados a partir da data de hoje, o saldo dos depósitos de poupança de que trata o art. 2º”.
De acordo com o governo, o objetivo da medida é permitir que juros se mantenham em queda no Brasil. Em matéria divulgada pela Agência Brasil, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que uma das preocupações do governo foi o efeito que a manutenção de ganho fixo da poupança teria sobre os fundos de investimento que pagam índices próximos ao da Selic. Sem a mudança, segundo ele, haveria migração de recursos dos fundos para a poupança.
Ao explicar a nova fórmula de cálculo do rendimento, Mantega declarou que os fundos de investimento terão de reduzir a taxa de administração para manter os clientes, o que estimulará a concorrência entre as instituições financeiras. De acordo com relatório do BC, até abril deste ano o saldo existente nas 105 milhões cadernetas de poupança é de R$ 431 bi.
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MEDIDA PROVISÓRIA Nº 567, DE 3 DE MAIO DE 2012
Altera o art. 12 da Lei no 8.177, de 1º de março de 1991, que estabelece regras para a desindexação da economia, e dá outras providências.
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 62 da Constituição, adota a seguinte Medida Provisória, com força de lei:
Art. 1º O art. 12 da Lei no 8.177, de 1o de março de 1991, passa a vigorar com a seguinte alteração:
“Art. 12 ………………………………………………………………………..
…………………………………………………………………………………………….
II – como remuneração adicional, por juros de:
a) cinco décimos por cento ao mês, enquanto a meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, for superior a oito inteiros e cinco décimos por cento; ou
b) setenta por cento da meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, mensalizada, vigente na data de início do período de rendimento, nos demais casos.
……………………………………………………………………………………” (NR)
Art. 2º O saldo dos depósitos de poupança efetuados até a data de entrada em vigor desta Medida Provisória será remunerado, em cada período de rendimento, pela Taxa Referencial – TR, relativa à data de seu aniversário, acrescida de juros de meio por cento ao mês, observado o disposto nos §§ 1o, 2o, 3o e 4o do art. 12 da Lei no 8.177, de 1991.
§ 1º O saldo remanescente dos depósitos de que trata o caput somente será acrescido da remuneração que lhe for aplicável.
§ 2º Para os efeitos do caput, consideram-se efetuados os depósitos de poupança quando efetivamente creditados em conta, conforme as normas legais e regulamentares de regência do Sistema de Pagamentos Brasileiro.
Art. 3º Ficam as instituições financeiras obrigadas a segregar, do saldo dos depósitos de poupança efetuados a partir da data de entrada em vigor desta Medida Provisória, o saldo dos depósitos de poupança de que trata o art. 2º.
§ 1º Caso não haja manifestação formal em contrário pelo titular da conta, os saques em conta de poupança serão debitados:
I – inicialmente, do saldo dos depósitos efetuados a partir da data de entrada em vigor desta Medida Provisória, até seu esgotamento; e
II – em seguida, do saldo de depósitos de que trata o art. 2º
§ 2º Os demonstrativos de movimentação da conta de poupança evidenciarão ao titular da conta, de modo claro, preciso e de fácil entendimento, os saldos segregados na forma do caput.
§ 3º A instituição financeira deverá disponibilizar o primeiro demonstrativo de que trata o § 2o no prazo de até trinta dias contado da data de entrada em vigor desta Medida Provisória.
§ 4º As instituições financeiras deverão adotar procedimento interno que assegure remuneração e evolução corretas dos saldos dos depósitos de poupança sob sua responsabilidade, podendo o Banco Central do Brasil requerer, a qualquer momento, informações sobre o procedimento adotado e sobre a remuneração e evolução dos referidos saldos.
Art. 4º Esta Medida Provisória entra em vigor em 4 de maio de 2012.
Brasília, 3 de maio de 2012; 191º da Independência e 124º da República.
DILMA ROUSSEFF
Guido Mantega