VOCÊ QUER SER CURADO?
“Jesus vendo-o… perguntou-lhe: Queres ser curado?” (João 5:6)
A vida é feita de relacionamentos, e isto é uma verdade incontestável.
Mas, também é verdade que no estabelecimento desses relacionamentos vamos nos espantando (positiva ou negativamente) com descobertas múltiplas que vão nos expondo e expondo os outros de forma surpreendente.
Gosto de uma observação feita por Eugene Peterson (“Um pastor segundo o coração de Deus” – Ed Textus), onde ele, num momento como o descrito acima expressou-se: “Eu costumava olhar para as pessoas e tudo o que via eram imperfeições. Porém um dia, decidi tentar compreender as pessoas e vê-las através da perspectiva de Deus. Comecei a ouvir com um pouco mais de compaixão. Sabe o que descobri? O que eu pensava serem imperfeições eram, na verdade, cicatrizes – e há uma grande diferença”.
Momentos assim são capazes de levar-nos a muitas perguntas, e as perguntas são algo fascinante. É uma verdadeira arte, pois elas nos fazem refletir sobre a vida, levam a pessoa a se entender, e pode nos prover informações preciosas quanto ao que está ocorrendo.
No texto que mencionei, o Mestre dos mestres faz uma pergunta que sempre me intrigou, pois era dirigida a um enfermo, o que fazia com que pensássemos na obviedade da resposta. Mas, como Ele nunca desperdiçou palavras, creio que essa pergunta nos ajuda muito em nosso processo de cura diante de nossas dores e conflitos, pois,
TODOS SOMOS FERIDOS
Talvez essa ferida possa ser física, ou emocional, ou pode ser espiritual.
A verdade é que desde a queda descrita na experiência do homem no Jardim do Éden, lutamos com um mundo de imperfeições, distorções e traumas.
As feridas emocionais podem ser fruto de situações e contextos familiares, pois nenhuma família é perfeita.
Essas feridas podem ser provocadas voluntária ou involuntariamente, mas elas estão ai diante de nós. Podemos lidar com elas enfrentando-as de uma forma sadia, não permitindo que elas se transformem em angústia ou rancor, ou podemos tentar evitar o sofrimento (tão inerente à nossa natureza humana caída) negando sua existência ou rejeitando a própria vida.
“ …todavia, não há saúde emocional para aqueles que se trancafiam nos muros altos da raiva amargurada, encastelando-se no rancor invisível a olho nu, que nunca desculpa as ofensas”. Glenio Fonseca Paranaguá, em “Do Tronco ao Trono”, Ed IDE, pág 24.
Por isso, de cada fraqueza temos muito que aprender, e ao aprender sobre nossas limitações podemos encontrar um meio de superá-las.
As feridas emocionais quando não são tratadas e curadas, são como as feridas físicas. Se nessas podemos experimentar uma inflamação, nas outras podemos produzir ira, medo, insegurança, depressão, amargura.
Mas,
CUIDADO PARA NÃO FICAR PRODUZINDO DESCULPAS
Muitas vezes o processo de cura não acontece conosco porque estamos sempre produzindo desculpas ao invés de nos dispormos a buscar a cura.
Identifique suas causas. Elas podem se vestir das mais variadas formas.
Elas podem refletir o medo de remexer no passado, mesmo porque ele pode ser doloroso e, afinal de contas, já passou. Será?
Muitas vezes, como uma sombra, o passado nos persegue. Se você olhar de frente para ele, você vai enfrentá-lo e vai descobrir que embora doloroso, ele não foi capaz de matá-lo, pois você está aí, vivo. Fugir de um problema não irá resolvê-lo.
Talvez sua dificuldade pode ser perdoar. Mesmo porque talvez você seja o ofendido, e isso torna o processo mais difícil.
Saiba que o perdão vai curar você mesmo. Você vai parar de carregar o peso da ira, do ódio, do rancor, da amargura.
Falando sobre as conseqüências das atrocidades produzidas por Hitler, um rabino judeu escreveu: “A primeira e geralmente única pessoa a ser curada pelo perdão é a pessoa que perdoa. Quando genuinamente perdoamos, libertamos um prisioneiro e então descobrimos que o prisioneiro que libertamos éramos nós”.
Não estamos sendo simplistas dizendo que você deve apenas esquecer. O mais importante não é esquecer, mas sermos capazes de lembrar sem que isso nos prejudique de alguma forma. Significa viver além do que aconteceu.
Também não alimente sentimento de vingança.
“A vingança faz sua atenção se prender aos momentos mais feios da vida”. Max Lucado, em “Derrubando Golias”, Ed Thomas Nelson Brasil, pág 53.
Finalmente, quero sugerir a você:
CONFIE EM DEUS E CREIA NA SUA GRAÇA
– Muitas pessoas usam desculpas para não serem curadas; para não amarem; para não perdoarem. Não desejam mudanças; não desejam “sanidade” de vida. Preferem parecer corajosas, poderosas, resolvidas, estáveis, seguras, suficientes.
– Qual é a sua dificuldade? Qual é a sua enfermidade?
– Quero desafiá-lo a crer e confiar na Graça de Deus (o que Deus nos dá gratuitamente). Isso é transformador!
– “Todos temos sombras e esqueletos em nossa história pessoal. Mas ouça, há algo maior neste mundo do que nós, e esse algo é cheio de Graça e misericórdia, paciência e inventividade. No momento em que o foco da sua vida muda da sua maldade para a bondade dEle, no momento em que a pergunta deixa de ser: “O que foi que eu fiz?” e passa a ser: “O que Ele pode fazer?”, a libertação do remorso pode acontecer; milagre dos milagres, você pode perdoar a si mesmo porque está agora perdoado, aceitar a si mesmo porque agora é aceito, e começar a reconstruir os próprios lugares que você, uma vez, colocou abaixo. Essa Graça é o segredo de sermos capazes de perdoar a nós mesm os. Confie nela”. John Claypool (teólogo e pastor episcopal).
– Todos os dias temos que tomar essa decisão. Tudo o que você alimentar, crescerá em sua vida. O que você planeja fazer em relação a isso?
– A decisão é sua!
Que Deus o abençoe rica e abundantemente,
Em Cristo,
Rev. Hilder C Stutz