Bispo anglicano critica Vaticano

Compatilhar 13/01/2011 por Maria Alice Azevedo Marques Envie seu artigo! Clique aqui!

Por Daniel Frykholm

ESTOCOLMO (Reuters) – O bispo anglicano Gene Robinson, assumidamente homossexual, disse na quinta-feira que o documento do Vaticano proibindo a ordenação de padres gays revelava um profundo desconhecimento da homossexualidade.

O documento, que deve ser publicado na próxima semana, diz que os homens com tendências homossexuais “profundamente arraigadas” não podem ser ordenados padres e que apenas os que tiverem superado sua homossexualidade há ao menos três anos antes poderão fazê-lo.

“Acho que o Vaticano, ou quem quer que tenha escrito esse comunicado, deveria gastar um pouco mais de tempo ouvindo seus integrantes gays e lésbicas ao invés de divulgar declarações”, afirmou Robinson, que é norte-americano.

“Isso me soa como a linguagem de pessoas que não conseguem entender as pessoas gays e lésbicas, que não sabem quase nada sobre gays e lésbicas”, disse o religioso, cuja ordenação como bispo em 2003 provocou uma crise na Igreja Anglicana.

O documento reforça a postura defendida pela Igreja Católica de que a homossexualidade é um pecado. Segundo Robinson, porém, essa postura apenas obrigaria as pessoas a mentirem sobre sua sexualidade.

“Está muito claro aqui que, se você quiser ser um padre da Igreja Católica e se você sabe que é gay, terá de mentir sobre isso”, disse o bispo, em Estocolmo.

Robinson afirmou que, provavelmete, há muitos católicos homossexuais.

“Há muitos gays que serviram a Igreja Católica de forma fiel, que têm consciência de que são gays e que são fiéis ao voto de celibato. Impedi-los de ser ordenados é um verdadeiro erro.”

O documento, lido parcialmente para a Reuters por um prelado do Vaticano na terça-feira, tenta diferenciar entre casos de tendências homossexuais “profundamente arraigadas” e casos em que a homossexualidade seria um “problema transitório”.

O texto da Igreja Católica também diz que os homossexuais não conseguem se relacionar “de forma correta com homens e mulheres”.

“Isso é ofensivo para mim. E essa linguagem me parece muito distante da vida real dos gays e lésbicas que conheço”, disse o bispo.

Fonte: Yahoo Noticias



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